Doenças causadas por ratos

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Doenças causadas por ratos. Os ratos são pequenos mamíferos que atormentam o homem há centenas de anos. Prova disso é que uma das doenças mais antigas de que se tem registro é a peste bubônica, transmitida por roedores e que moldou a história de diversas sociedades na Europa, na Ásia e na Índia.

Por aqui, eles também provocam estragos. A alta capacidade reprodutiva desses animais, aliada à grande oferta de alimentos resulta em prejuízos econômicos consideráveis aos produtores rurais. Porém, a adaptabilidade dos roedores à vida urbana também é notável, e a sua presença causa incômodo e severos danos à saúde das pessoas.

Afinal, quais são as doenças transmitidas por roedores e quais são os riscos que trazem à saúde pública? Como reduzir a sua propagação na população? Continue por aqui e veja as respostas para essas e outras perguntas.

É importante que a doença transmitida pelo rato seja identificada corretamente. Por isso, deve-se consultar o clínico geral ou infectologista, para identificar o tipo de doença e recomendar o tratamento mais adequado

Leptospirose

A leptospirose é causada pela bactéria Leptospira, presente na urina dos ratos infectados.

Esse tipo de infecção acontece mais frequentemente em épocas de muita chuva, pois as enchentes, poças e solos úmidos podem ter a urina de ratos contaminada com a bactéria.

Como acontece a transmissão: a transmissão da bactéria Leptospira acontece por meio do contato de mucosas, como olhos e boca, ou ferimentos e arranhões na pele, com a urina de ratos contaminados.

Tratamento: o tratamento deve ser indicado pelo infectologista ou clínico geral, que podem indicar repouso, aumento da ingestão de líquidos ou uso de remédios, como paracetamol, para aliviar os sintomas. Além disso, o médico pode indicar o uso de antibióticos, como doxiciclina ou penicilina, que devem ser iniciados nos primeiros 5 dias da infecção.

Hantavirose

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A hantavirose é uma doença transmitida pelo hantavírus presente em fezes, urina ou saliva de ratos silvestres.

Sintomas: febre, vômitos, dor de cabeça, dor no corpo, tosse com catarro ou sangue, falta de ar, hematomas e petéquias pelo corpo. 

Como acontece a transmissão: o hantavírus pode ser transmitido pela inalação de partículas do vírus suspensas no ar, em locais contaminados com urina, fezes ou saliva de ratos. 

Tratamento: não existe nenhum medicamento específico para combater o hantavírus, sendo o tratamento feito com medidas de suporte, com remédios para aliviar os sintomas. Portanto nos casos mais graves, pode ser necessário internamento hospitalar e realização de hemodiálise ou suporte respiratório.

Salmonelose

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A salmonelose é uma doença transmitida por ratos contaminados com a bactéria Salmonella sp. 

Essa bactéria pode estar presente em ratos, que também podem ser domésticos, anfíbios e répteis, sem causar nenhum sintoma nesses animais, e mesmo assim ser transmitidos a humanos.

Sintomas: febre, calafrios, cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarreia.

Como acontece a transmissão: a transmissão ocorre por meio do consumo de alimentos ou água contaminados com as fezes de ratos com a bactéria Salmonella sp. Além disso, no caso de ratos, anfíbios ou répteis domésticos, a transmissão pode ocorrer ao tocar utensílios ou limpar a gaiola desses animais, e levar a mão suja à boca.

Tratamento: é recomendado pelo médico fazer repouso e aumentar o consumo de líquidos para evitar a desidratação causada por diarreia ou vômitos intensos. Além disso, em alguns casos pode ser necessário internamento hospitalar para receber soro e antibióticos na veia.

Peste negra

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A peste negra é uma infecção grave causada pela bactéria Yersinia pestis presente em ratos, provocando diferentes tipos de infecção, como a peste bubônica, peste septicêmica ou a peste pneumônica. 

Esse tipo de infecção surgiu na idade média provocando a morte de milhares de pessoas na Europa, sendo mais rara nos dias atuais.

Sintomas: febre, dor de cabeça, ínguas, pressão baixa, batimentos cardíacos acelerados, ínguas muito inchadas e doloridas perto do local da picada da pulga.

Como acontece a transmissão: a peste é transmitida através da picada de pulgas presentes em ratos contaminados com a bactéria Yersinia pestis. Além disso, embora seja mais raro, a peste também pode ser transmitida pela inalação de gotículas contaminadas com a bactéria liberadas ao tossir ou espirrar, ou contato com sangue ou fluidos de outras pessoas ou animais infectados.

Tratamento: o tratamento da peste negra deve ser iniciado o mais rápido possível assim que surgem os sintomas e é feito no hospital com o uso de antibióticos indicados pelo infectologista, como gentamicina, estreptomicina, doxiciclina, tetraciclina e cloranfenicol, por exemplo. 

Febre da mordida de rato

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A febre da mordida de rato é uma infecção causada pelas bactérias Spirillum minus ou Streptobacillus moniliformis, que fazem parte da microbiota natural de ratos, presentes nas mucosas nasais, urina ou fezes.

Essa doença, também conhecida como estreptobacilos, febre espiralar ou eritema artrítico epidêmico, é mais comum no Japão, Austrália, Estados Unidos, África ou Europa.

Sintomas: febre recorrente dor ou inchaço nas articulações, dor nas costas ou muscular. Geralmente, a febre pode durar vários meses, aumentando ou diminuindo, e a dor nas articulações pode durar por vários anos.

Como acontece a transmissão: essa doença geralmente ocorre pela mordida do rato, mas também pode ser transmitida pelo consumo de alimentos ou água contaminados com urina ou fezes de ratos. 

Tratamento: o tratamento normalmente é feito com o uso de antibióticos, como penicilina G, ceftriaxona ou doxiciclina aplicadas na veia no hospital. Quando ocorre melhora dos sintomas, podem ser indicados antibióticos orais, como amoxicilina, doxiciclina ou ampicilina, por exemplo.

Coriomeningite linfocítica

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A coriomeningite linfocítica é uma doença transmitida por ratos domésticos, como camundongos e hamsters, infectados com o vírus da coriomeningite linfocítica (LCMV).

Os sintomas dessa infecção normalmente são semelhantes aos da gripe, iniciando-se cerca de 1 a 2 semanas após a exposição ao vírus LCMV.

Sintomas: febre alta, calafrios, náuseas, vômitos, dor de cabeça, mal estar, dor muscular ou perda do apetite. Além disso, essa infecção pode afetar o sistema nervoso central e causar meningite, encefalite ou meningoencefalite.

Durante a gravidez, a coriomeningite linfocítica pode causar hidrocefalia, parto prematuro, baixo peso ao nascer, aborto ou mote fetal.

Como acontece a transmissão: o vírus LCMV pode ser transmitido a pessoas através do contato com poeira ou alimentos contaminados com urina, fezes, sêmen ou secreções nasais de ratos.

Tratamento: a coriomeningite linfocítica pode melhorar em 1 a 3 semanas sem necessidade de tratamento específico, podendo ser recomendado pelo médico o uso de analgésicos ou antitérmicos para aliviar os sintomas. No entanto, nos casos mais graves, o tratamento é feito no hospital com uso de antivirais, como a ribavirina, e corticoides.

Tifo murino

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O tifo murino é uma doença infecciosa causada pela bactéria Rickettsia typhi, transmitida por pulgas presente em ratos infectados por essa bactéria.

Geralmente, essa doença ocorre em regiões com grande quantidade de ratos, e a bactéria pode ser facilmente transmitida de um rato para outro através da picada da pulga.

Sintomas: febre, calafrios, dor de cabeça, dor muscular. Além disso, pode ocorrer rash cutâneo principalmente no peito, costas, braços, pernas, sola dos pés ou palmas das mãos. Em casos mais graves, pode causar complicações como disfunção hepática, cardíaca, pulmonar, renal ou neurológica. 

Como acontece a transmissão: a bactéria Rickettsia typhi é transmitida através das fezes da pulga do rato, que penetra na pele da pessoa através da ferida provocada pela picada.Tratamento: o tratamento do tifo murino envolve o uso de antibióticos, como doxiciclina, azitromicina ou cloranfenicol, indicados pelo infectologista ou clínico geral.

Quais são seus riscos para a saúde do Homem e da sociedade?

Mesmo que não queiramos, o nosso modo de vida propicia a proliferação desses pequenos mamíferos, pois disponibilizamos tudo aquilo que eles precisam para viver: água, abrigo e alimento.

O mesmo acontece com alguns invertebrados, cuja proximidade conosco favorece alguns acidentes com escorpião, por exemplo. Dessa forma, a presença de ratos causa diversos riscos à saúde do homem, tanto no ambiente rural quanto urbano.

A leptospirose, por exemplo, é motivo de grande preocupação durante as enchentes, já que a contaminação pela bactéria também se dá pelo contato indireto com a urina dos ratos. O patógeno infecta as pessoas por meio de mucosas e pequenas feridas na pele de membros que ficam submersos por tempo prolongado na água contaminada.

Além dos riscos diretos à saúde das pessoas, os roedores causam estragos e prejuízos diversos à sociedade de modo geral. Portanto além de madeira, esses animais roem cimento, tijolo, chumbo, alumínio e plástico para desgastar os dentes incisivos que crescem constantemente.

Veja uma lista dos prejuízos que os ratos provocam:

transmissão de doenças a pessoas e animais;

por urina e fezes de grãos e alimentos armazenados em galpões;

contaminação por urina e fezes de ração de animais domésticos;

contaminação por urina e fezes do solo e da água;

danos à fiação elétrica de residências e cidades;

problemas na agropecuária, na indústria, na agricultura, nas refinarias e nas usinas

Como prevenir

Algumas formas de prevenir doenças transmitidas por ratos são:

Evitar beber ou ter contato com águas potencialmente contaminadas;

Lavar e desinfetar com água sanitária ou cloro o chão, móveis, a caixa de água e tudo que tiver entrado em contato com a enchente;

Jogar fora os alimentos contaminados com fezes, urina ou pelos de ratos;

Lavar todas as latas antes de as abrir, seja de alimentos ou de bebidas;

Não deixar acumular lixo em casa e coloque-o em sacos fechados e longe do chão para evitar a proliferação de ratos;

Manter as lixeiras sempre fechadas e limpas;

Usar luvas descartáveis e máscara de proteção sempre que higienizar gaiolas de ratos domésticos, e lavar bem as mãos em seguida;

Verificar na casa se existem frestas ou buracos por onde possam passar ratos e vedar;

Eliminar entulhos, madeiras ou arbustos que podem ser usados para os ratos construírem ninhos.

Além disso, é importante usar luvas quando retirar o lixo ou realizar limpezas em locais que possam ter ratos.

Como deve ser feito o controle dessas doenças?

Em um cenário ideal, não criar condições favoráveis ao surgimento dos ratos é a melhor maneira de prevenir as doenças transmitidas por eles. Porém, como mencionamos, esses animais acompanham o homem há séculos e, por isso, estão muito bem-adaptados ao nosso estilo de vida.

Isso significa que eles vão aparecer, e a melhor estratégia para evitar as doenças transmitidas por roedores é fazendo o controle dos ratos no ambiente infestado.

Há três modos de combater os ratos:

biológico — expondo os animais aos seus inimigos naturais (gatos, lagartos, cobras e gaviões);

mecânico — instalando ratoeiras;

químico — aplicando raticidas.

Manter o ambiente sempre limpo e não acumular lixo são ações importantes para evitar a proliferação dessa praga, porém a forma mais segura de evitar uma infestação é realizando a desratização do local.

Os profissionais da Kioto realizam uma visita técnica, identificam a origem e o grau da infestação e enviam por e-mail o orçamento.. 

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