As lacraias centopeias

As lacraias centopeias são animais terrestres, de vida solitária e carnívoros, alimentando-se de minhocas, vermes, grilos, baratas, entre outros. A presa é detectada e muitas vezes imobilizada através da inoculação do veneno. Estão distribuídas por todo o mundo, em regiões temperadas e tropicais.

Possuem hábitos noturnos e alojam-se sob pedras, cascas de árvores, folhas no solo e troncos em decomposição ou constroem um sistema de galerias, contendo uma câmara onde o animal se esconde. Podem também ser encontradas em hortas, entulhos, vasos, xaxins, sob tijolos; enfim, em qualquer parte da casa que não receba luz solar e seja úmida. Os esconderijos proporcionam proteção não apenas contra possíveis predadores, mas também contra a desidratação.

Biologia

Lácraias também são conhecidas como “centopeias”, são animais peçonhentos que podem causar acidentes em humanos. São chamadas de centopeias assim como o piolho-de-cobra, porém são espécies distintas já que os piolhos-de-cobra pertencem à classe dos Miriápodes (inofensivos).

Existem no Brasil cerca de dez espécies de lacraias. As lacraias são animais caçadores noturnos muito rápidos e têm o corpo adaptado para penetrar em frestas, onde se escondem durante o dia. Estão presentes em todos os continentes, em geral, são pequenas, medindo cerca de 5 cm, mas em algumas regiões do país podem chegar a mais de 25 cm de comprimento. Tem o corpo formado por 21 segmentos, cada um com um par de patas pontiagudas.

Em sua cabeça situam-se duas antenas e olhos. Embaixo da cabeça possuem um par de forcípulas (ferrões venenosos) que funcionam como pinças capazes de inocular veneno. Portanto o último par de patas não serve para locomoção, e sim como órgão sensorial e de captura de alimentos. Quando esse órgão pressente ou toca em uma presa, usa-a para segurar com força e todo corpo da lacraia se dobra para trás. Aí, então, ela injeta o veneno que paralisa ou mata a presa, que depois será ingerida aos pedaços.

Como se reproduzem?

 A lacraia fêmea estimula o macho tateando com suas antenas o dorso de seu corpo.

Por sua vez, o macho produz uma teia onde deposita seu espermatóforo (bolsa contendo esperma). Portanto a fêmea coleta esse espermatóforo com sua abertura genital e o esperma é transferido para bolsas seminais dentro de seu corpo. A fecundação só ocorre no momento em que os ovos são depositados. A fêmea cuida dos ovos por mais de 15 dias, até o momento em que os filhotes se dispersam.

Onde podem ser encontradas?

Lacraias costumam viver sob troncos, pedras e entulhos.

Diferentes espécies de lacraias se distribuem por todos os lugares do mundo, inclusive no Brasil. Por aqui, há cerca de 145 espécies, sendo 10 delas especialmente perigosas, como a Scolopendra viridicornis e a Scolopendra subspinipes.

Centopeias vivem em ambientes úmidos, sendo encontradas geralmente sob folhas, entulhos, vasos, cascas de árvores e pedras. Portanto se o ambiente for úmido e escuro, as lacraias adoram!

Elas também podem ser encontradas dentro de casa. Aliás, é dentro de casa onde ocorrem a maioria dos acidentes envolvendo lacraias, que podem se esconder sob as roupas e até mesmo debaixo dos lençóis da cama. Um encontro como esse, além de não ser nada agradável, pode ser bastante doloroso!

O que elas comem?

Espécies maiores, como a Scolopendra gigantea, chegam a caçar lagartos, sapos, morcegos, pássaros e ratos. Portanto são animais onívoros capazes de predar pequenos animais como grilos, baratas e minhocas ou até mesmo vertebrados como lagartixas, pequenos roedores, serpentes e até filhotes de pássaros. 

Importância ecológica

As lacraias, assim como as aranhas e os escorpiões, são importantes controladores populacionais, especialmente de insetos. Além disso, como são animais que podem se alimentar de outros já mortos e restos de alimentos, são importantes agentes decompositores.

Quantas pernas tem a centopeia?

Centopeias não têm exatamente 100 pés. Na verdade, o número varia de acordo com a espécie e com o número de segmentos do animal. Há centopeias com 15 e há centopeias com 191 anéis. Se cada anel tem um par de patas, o número de “pernas” de uma centopéia pode variar de 30 a 382.

Mas, afinal, picada de lacraia pode matar?

Sim, o ataque da lacraia pode ser letal para alguns bichos. De qualquer modo, relaxe: não existem relatos de humanos que tenham morrido por causa de uma picada aqui no país.

Mas vale lembrar que o veneno da centopeia tem certo grau de toxicidade. Por isso, algumas pessoas mais sensíveis à ferroada podem apresentar sintomas desagradáveis após um acidente. Os mais comuns são dor forte e inchaço no local.

Classificação científica da centopeia e a diferença entre quilópodes e diplópodes

Centopéias são quilópodes que pertencem ao filo dos artrópodes. Calma, já vamos explicar o que isso significa:

Artrópodes são animais invertebrados (ou seja, não desenvolvem coluna vertebral) e possuem esqueleto externo (chamado de exoesqueleto). Insetos, por exemplo, são artrópodes. Mas a centopeia não é um inseto. Como já dissemos, ela é um quilópode.

Quilópodes são animais que pertencem ao subfilo dos miriápodes, ao qual também pertencem os piolhos de cobra (diplópodes). Miriápodes são animaizinhos que têm um grande número de pernas. Além da cabeça, possuem um tronco alongado.

A diferença básica entre os quilópodes (centopeias) e diplópodes (piolhos de cobra) é que os diplópodes, como o próprio nome sugere, possuem dois pares de patas em cada anel do seu corpo. Ao passo que os quilópodes só possuem um par de patas. Além disso, piolhos de cobra não picam.

Centopeia doméstica (Scutigera Coleoptrata)

De perto, as centopeias domésticas, apesar de serem praticamente inofensivas, têm um aspecto assustador.

Conhecidas como centopéias domésticas, as centopéias da espécie Scutigera Coleoptrata é nativa da região do Mediterrâneo mas pode ser encontrada em diversas regiões do mundo, com preferência pelos climas mais temperados. Seu nome popular já indica que esses animaizinhos geralmente são encontrados dentro de casa.

Por causa da umidade, as centopeias domésticas preferem viver nos banheiros. São muito ágeis e têm entre 1 e 6 cm de comprimento. Caso se sintam ameaçadas, podem picar, embora esses pequenos animais sejam bem menos agressivos do que as centopeias do gênero Scolopendra.

Centopeia gigante (Scolopendra gigantea)

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A Scolopendra gigantea é a maior espécie de centopeia que existe. Também conhecida como centopeia gigante peruana, ela pode ser encontrada em florestas tropicais no norte da América do Sul, em países como Brasil, Peru e Venezuela. Portanto um indivíduo dessa espécie pode chegar a 30 cm de comprimento. O maior já encontrado, e que figura no Guinness, tinha espantosos 26 cm!

Além de grandes, essas lacraias são bem agressivas, e seu veneno pode causar problemas mais sérios aos seres humanos. Indivíduos dessa espécie são capazes de comer animais como morcegos e rãs. Na Venezuela, lacraias gigantes foram vistas caçando morcegos nos tetos das cavernas!

Centopeia gigante da Amazônia

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Tal como outras lacraias do gênero Scolopendra, a centopéia gigante da Amazônia (Scolopendra viridicornis) é conhecida por sua agressividade e pelo seu tamanho. É a espécie mais comum no Brasil. Um indivíduo dessa espécie pode atingir mais de 10 cm de comprimento.

Em 1946, um biólogo alemão fez experimentos para analisar o comportamento de uma centopeia gigante brasileira. Para isso, colocou centopeias no mesmo espaço de camundongos. Elas agarraram-se aos camundongos por cerca de cinco minutos, ao longo dos quais desferiram várias picadas, inoculando uma grande quantidade de veneno.

O pesquisador notou que, apesar das picadas produzirem edemas pequenos, o veneno afetava o sistema nervoso central dos camundongos, que morriam em decorrência de paradas respiratórias.

Importância para saúde pública

Embora possam causar acidentes por possuírem glândulas de veneno, o veneno das lacraias é muito pouco tóxico para o homem. Apesar de existirem muitas lendas a respeito desse animal, não há, no Brasil, relatos comprovados de morte nem de envenenamentos graves em acidentes com lacraias. A maioria dos acidentes por lacraias pode acontecer durante trabalhos no jardim ou durante manipulação e transporte de material estocado há muito tempo onde o animal estava escondido. O quadro não é grave, variando de acordo com o número de picadas e da hipersensibilidade ao veneno por parte da vítima. 

A picada causa dor local, que pode permanecer por algum tempo, mas na maioria dos casos não resulta em maiores complicações. Os sintomas são: dor forte e inchaço (edema) no local da picada. 

Em acidentes com lacraias grandes também podem ocorrer febre, calafrios, tremores e suores, além de uma pequena ferida.

O que fazer em acidentes com lacraias?

Em caso de acidente com Lacraias procure atendimento médico e não realize procedimentos caseiros. Embora o veneno das lacraias não seja muito perigoso para o ser humano, é sempre bom procurar orientação médica. Mantenha o local da picada o mais limpo possível. Deve-se lavar o local da picada com água corrente e sabão neutro. Não beba álcool. Caso surjam outros sintomas além da dor local, deve-se procurar e alertar o médico.

Medidas preventivas

Manter limpos quintais, jardins, sótãos, garagens e depósitos, evitando acúmulo de folhas secas, lixo e demais materiais como entulho, telhas, tijolos, madeiras e lenha;

Ao manusear materiais de construção, usar luvas de raspa de couro e calçados, pois estes materiais podem servir de abrigo;

Rebocar paredes e muros para que não apresentem vãos e frestas;

Vedar soleiras de portas com rolos de areia;

Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques;

Acondicionar o lixo em recipientes fechados para evitar baratas e outros insetos, que servem de alimento às lacraias;

Realizar roçagem de terrenos;

Manter berços e camas afastados das paredes;

Examinar calçados, roupas e toalhas antes de usá-los. 

Manter o ambiente sempre limpo e não acumular lixo são ações importantes para evitar a proliferação dessa praga, porém a forma mais segura de evitar uma infestação é realizando a dedetização do local.

Os profissionais da Kioto realizam uma visita técnica, identificam a origem e o grau da infestação e enviam por e-mail o orçamento.. 

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