Baratas Mutantes. Uma determinada variedade de barata encontrada na Alemanha se mostrou resistente à glicose em alguns testes ministrados em laboratório. Portanto a capacidade desenvolvida pelo inseto ajuda a evitar armadilhas baseadas em açúcar, o que acaba por torná-lo extremamente mais resistente a venenos baseados na substância.
Para comprovar a eficácia da barata, a Universidade do Estado da Carolina do Norte (EUA) testou a variedade mutante em comparação a alguns tipos “normais” do inseto. Enquanto as variedades regulares foram atraídas pelas largas quantidades de doce, a espécie intolerante à glicose ficou com a opção que camuflava o açúcar. No entanto, assim que o inseto percebeu se tratar de um doce, ele arrumou uma forma de expelir a substância — como se estivesse cuspindo-a fora.
O doutor Coby Schal, que lidera os estudos na universidade americana e é o coautor do paper publicado relatando o experimento, tentou explicar o fenômeno à BBC News. De acordo com o cientista, as células que normalmente respondem pela relação do organismo com coisas amargas estão respondendo pela glicose nessas baratas mutantes.
Schal tentou exemplificar esse fenômeno comparando os insetos a algumas crianças que rejeitam naturalmente vegetais, como espinafre. “Esse comportamento foi descoberto primeiramente na metade da década de 1990, mas só hoje conseguimos entender com mais clareza por que ele ocorre”, afirma o cientista.
Agora temos mais certeza do que nunca que as baratas realmente devem conseguir sobreviver a uma guerra nuclear… O que você acha?
Nojenta mas úteis
As baratas são insetos muito diversos e abundantes e, por serem onívoras, ou seja, por comerem de tudo, têm papel vital como decompositoras de restos orgânicos. Além disso, elas fazem parte da dieta de muitos outros animais, como aves, aranhas, lacraias e escorpiões.
As baratas urbanas, em especial, são totalmente dependentes da presença dos seres humanos e muito importantes dentro da cadeia alimentar das cidades. Apesar de representarem apenas uma mínima porção das espécies existentes de baratas, cerca de 1%, elas são muito numerosas e o seu desaparecimento causaria um forte desequilíbrio nos ecossistemas urbanos.
Esses insetos consomem rapidamente toneladas de fezes, cadáveres, restos alimentares e até papel, cigarros e plásticos. Portanto se sumissem, sofreríamos com um rápido acúmulo de resíduos humanos nos esgotos e cemitérios.
Por servirem de alimento a muitos predadores que fazem parte da fauna da cidade – como ratos e morcegos –, seu fim causaria também uma rápida desestabilização das populações animais.
Seria necessário um longo período de readaptação ecológica até que outro ser vivo ocupasse o nicho das baratas. Por isso, mesmo que você não goste delas, é mais sábio deixar que continuem habitando nossos esgotos, lixeiras e cemitérios.
O que a sexo entre as baratas tem a ver com isso?
O sexo nessa barata se dá após um ritual de cortejo. O macho se aproxima da fêmea, vira as costas e separa as asas de maneira sedutora. Se a fêmea mostra algum interesse, o rapaz ativa glândulas que possui no seu dorso e oferece um presente. Uma gota de um líquido doce que as fêmeas adoram surge entre as asas do macho. Ávidas pelo bombom líquido, as fêmeas montam no dorso do macho para degustar a oferenda. Nesse momento o macho se alinha estrategicamente sob a fêmea, estende seu órgão genital, que tem a forma de um gancho virado para cima, e penetra a fêmea.
Para executar essa manobra ele precisa de sete segundos. É o tempo que a fêmea leva para saborear o doce. Quando o presente foi consumido, a fêmea tenta se desvencilhar. Mas aí é tarde, o macho já enganchou a genital e ela tem que esperar até que os espermatozoides sejam depositados. Você pode achar que o uso de presentes para atrair fêmeas é lamentável, mas é assim que funciona, e não só entre baratas.
Mutações
Os seres humanos não gostam de baratas e faz décadas que tentam exterminá-las. Se aproveitam do fato desses insetos adorarem um doce. A arma de extermínio são iscas adoçadas com açúcar, contendo poderosos inseticidas. A barata não aguenta, come a isca, é envenenada e morre. Faz algum tempo que as iscas deixaram de funcionar, pois algumas baratas passaram a desprezá-las.
Ao investigar o motivo, os cientistas descobriram que a repulsa era causada por uma mutação que afeta os receptores que detectam o açúcar. As baratas mutantes têm ojeriza ao açúcar. Como as baratas que gostam de açúcar acabam envenenadas, e as que odeiam o açúcar sobrevivem, essa mutação se espalhou rapidamente por toda a Europa.
Mas se as baratas deixaram de gostar de açúcar, o que estaria ocorrendo durante o ato sexual? O presente ofertado pelos machos já não convencia? Ofertar açúcar para uma barata fêmea que tem ojeriza a açúcar é o mesmo que presentear a namorada com um vidro de óleo de rícino de bacalhau. Os cientistas resolveram investigar o que ocorria colocando juntos machos e fêmeas que detestam açúcar. Quando o macho oferece a gota doce, a fêmea sobe nele e cai de boca na oferenda. Mas assim que sente o gosto de açúcar pula de cima do macho horrorizada. Ou seja, o tempo que ela fica em cima do macho, que normalmente era de sete segundos, fica reduzido a quatro segundos.
Em muitos casos, esse tempo não é suficiente para o macho conseguir enganchar a fêmea. E assim a reprodução da espécie fica menos eficiente. Em suma, os mutantes sobrevivem às tentativas de envenenamento, mas perdem eficácia reprodutiva.
Descoberta
Recentemente os cientistas descobriram machos capazes de manter fêmeas que tem ojeriza a açúcar distraídas pelos sete segundos necessários para que o ato sexual tenha sucesso. O que teria acontecido? Será que a gota secretada pelos macho deixou de ser doce? Para investigar esse fenômeno, os cientistas isolaram as gotas produzidas pelos machos capazes de manter as fêmeas por quatro ou sete segundos. Eles descobriram que a gota doce original contém maltose (um açúcar composto por duas glicoses ligadas entre si). Quando uma fêmea ingere essa gota, a maltose é imediatamente convertida em glicose e ela sente o sabor doce. Se a fêmea gosta de doce fica sete segundos nas costas do macho, se ela tem ojeriza, pula de lá em quatro segundos frustrando o macho.
Já os machos que surgiram mais recentemente, ao invés de maltose, produzem maltotriose (um açúcar composto por 3 moléculas de glicose ligadas entre si). Esse açúcar leva mais tempo para ser convertida em glicose na boca da fêmea e a fêmea leva mais tempo para perceber o gosto do açúcar. E quando ela percebe já é tarde, os sete segundos se passaram e ela já foi enganchada pelo órgão sexual do macho.
Conclusão
O ser humano, ao tentar envenenar as baratas, permitiu a seleção de animais que passaram a odiar açúcar, ficando protegidos do veneno. Mas essa mutação prejudicou a reprodução, o que permitiu o aparecimento de uma segunda mutação que altera a composição do presente ofertado pelo macho, substituindo a maltose pela maltotriose. Essa segunda mutação resolve o problema criado pela primeira e o resultado é que agora as baratas vivem felizes na Europa, imunes às iscas doces e se reproduzindo tão bem quanto antes. Esse é um bom exemplo de como a pressão seletiva provoca a evolução dos seres vivos.
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