Caramujos

Caramujos pode causar doenças como esquistossomose, meningite, eosinofílica e a estrongiloidíase. Ele se reproduz rapidamente porque não possui predadores naturais nos centros urbanos. Se alimenta de plantas e pode se nutrir até de tintas de casa.

Importância para o ecossistema

Caramujos e caracóis desempenham um papel importante nos ecossistemas, pois são espécies detritívoras. Alimentando-se de matéria animal e vegetal em decomposição, folhas vivas, minhocas, fungos e outras espécies de caracol. A maioria das espécies de caramujos e caracóis são inofensivas ao homem, algumas até são úteis como o escargot (Helix pomatia).

Os caramujos causam danos também em plantações e jardins, já que se alimentam de vegetais. É importante utilizar equipamentos de segurança individuais para manipulação dos caramujos, pois as secreções são os principais pontos de contaminação do animal.

Quando você percebe uma grande quantidade de animais, provavelmente é uma infestação. Chame uma empresa especializada para ajudá-lo, pois além de controlar os caramujos, ela deve descartá-los adequadamente, pois mesmo mortos eles podem contaminar o seu ambiente.

A espécie mais comum de caramujo no Brasil é: Caramujo gigante africano

O caracol conhecido como caramujo-gigante-africano, pertence a espécie – Achatina fulica – e se originou no leste africano. A partir dessa região, proliferou-se para diversas partes do planeta, inclusive o Brasil. Sua disseminação pelo mundo ocorreu por meio do transporte intercontinental de cargas e também de forma intencional em alguns locais, por meio de importações. No Brasil, os caramujos-gigantes-africanos foram importados por cooperativas do Paraná na década de 80 no intuito de comercializá-los como uma alternativa culinária em substituição ao escargot que é um molusco da espécie Helix aspersa maxima, muito apreciado na culinária francesa. Tais expectativas de mercado acabaram não se concretizando, levando ao abandono dessas criações, viabilizando sua proliferação para praticamente todo o território nacional.

Biologia

O caramujo africano A. fulica apresenta hábito noturno e durante o dia fica em repouso abrigado da luz do sol e do calor. Geralmente o caramujo em estado de repouso fica aderido a algum tipo de superfície dura vertical, como: parede, muro, cerca, caule de plantas, folhagens e entulhos. A. fulica se alimenta majoritariamente de vegetais (plantas de diferentes tipos), mas em ambiente antrópico (próximo das casas) pode se alimentar de qualquer resíduo orgânico que esteja disponível ao seu alcance, como: resto de comida, ração animal, fezes, cimento, papel e lixo em geral.

A. fulica é hermafrodita, mas a autofecundação raramente ocorre, e, portanto, para se reproduzir é preciso que um caramujo encontre um parceiro para copular. A reprodução ocorre geralmente no verão, podendo ocorrer ao longo do ano todo em regiões com clima quente e úmido. Os ovos do caramujo africano são depositados no solo, enterrados ou parcialmente enterrados, cerca de 15 dias depois da cópula. Cada postura pode conter de 10 a 400 ovos. As posturas podem ser realizadas várias vezes ao longo do ano, uma ou duas vezes por mês, dependendo das condições ambientais e biológicas. Deste modo poucos indivíduos são capazes de colonizar uma grande área em um curto período.

Resistência

A fase em que o caramujo está em desenvolvimento dentro do ovo e logo após a eclosão, quando os caramujos nascem e abandonam a proteção do ovo, são os dois períodos de maior fragilidade. Na fase juvenil e de adulto, os indivíduos se tornam mais resistentes às condições ambientais adversas. Após o nascimento, um caramujo pode viver aproximadamente por cinco anos.

O principal mecanismo de defesa de A. fulica é a sua concha dura, dentro da qual o molusco pode se proteger de predadores e das condições ambientais desfavoráveis. Se as condições ambientais não estiverem favoráveis devido à intensidade do frio ou do calor, do clima seco ou excessivamente chuvoso, o molusco pode permanecer dentro da concha durante semanas ou até meses e fechar a abertura da concha com uma película de muco esbranquiçada e ressecada, a qual protege o molusco da ação de microrganismos, parasitas e predadores, até as condições climáticas melhorarem. Nesta condição, o molusco entra em estado de estivação, que é um tipo de dormência prolongada que reduz seu metabolismo.

Por que sempre encontramos os caramujos-gigantes-africanos em grandes quantidades?

Essa característica deve-se ao fato destes moluscos serem muito eficientes para sobreviver e se reproduzir. O fato de não terem predadores naturais, alia-se ao fato de crescerem relativamente rápido, pois são resistentes e capazes de consumir uma ampla gama de alimentos. Quando tem cerca de seis meses de idade se tornam hermafroditas, ou seja, desenvolvem órgãos reprodutivos femininos e masculinos. Algumas semanas após o acasalamento, cada caramujo pode depositar entre 10 e 400 ovos, dependendo das condições ambientais. Por causa dessas características, suas populações crescem de forma acelerada.

Como faço para diferenciar o caramujo-gigante-africano nativos do Cerrado?

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No Cerrado, existe um caracol com o porte semelhante ao do caramujo-gigante-africano denominado aruá-do-mato – Megalobulimus sp. Geralmente possuem a concha com um formato mais arredondado e em tons mais claros, enquanto o molusco africano possui concha mais alongada e tons mais castanhos. Outra característica notável é que enquanto os aruás-do-mato raramente apresentam-se em quantidade maior a um indivíduo na natureza, dificilmente você encontrará caramujos-africanos isolados.

O caramujo-gigante-africano é comestível?

Considerando que já foram catalogados indivíduos da espécie portadoras de parasitas capazes de trazer sérias complicações à saúde humana, não é recomendada a ingestão desses indivíduos, independentemente de sua forma de preparo

Traças O caramujo-gigante-africano transmite doenças? Quais?

A casca do caramujo africano (Achatina fulica) pode servir de criadouro para o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika. Isso acontece porque, mesmo após a morte do molusco, a concha que ele carrega nas costas demora muito tempo para se degenerar, podendo acumular água de chuva. Para evitar esse problema, é preciso que o bicho seja eliminado e descartado corretamente.

Caramujos africanos podem transmitir um tipo específico de meningite

 A Infestação de caramujos gigantes africanos já foi identificada em todo o país. O caramujo africano que foi importado ilegalmente do leste e nordeste africano no final da década de 1980 para ser servido como escargot – um caramujo comestível – aqui no Brasil, já foi registrado nos 26 estados e no Distrito Federal.

Meningite Eosinofílica ou Angiostrongilíase Cerebral

Angiostrongylus cantonensis é um parasito do pulmão de roedores, que utiliza em seu ciclo vital, várias espécies de moluscos terrestres e límnicos como hospedeiros intermediários. O homem se infecta acidentalmente ao consumir vegetais e moluscos infectados com larvas de terceiro estádio (L3) do nematódeo liberadas no muco do molusco ao se movimentar, ou ainda hospedeiro paratênicos (crustáceos, peixes, anfíbios e répteis) crus ou mal cozidos.

Uma vez ingeridas, as L3 migram através da corrente sanguínea para o sistema nervoso central (SNC), onde sofrem duas mudas e onde finalmente morrem sem poder completar o ciclo, causando a meningite. Desta forma, os seres humanos não transmitem a doença. Já os moluscos hospedeiros intermediários se infectam ao ingerir as larvas de primeiro estádio (L1) presentes nas fezes dos roedores infectados. Na fase intra molusco as larvas passam por duas mudas até o estádio L3, infectante para o hospedeiro vertebrado. A aquisição de hospedeiros paratênicos ou de transporte, para facilitar a infecção do hospedeiro definitivo, constitui uma excelente estratégia de sobrevivência desse nematódeo.

Esquistossomose

A esquistossomose é popularmente conhecida como doença ou mal do caramujo, pois o parasita Schistosoma mansoni necessita do caramujo para que possa desenvolver parte do seu ciclo de vida e, quando chega à forma infectante, é liberado na água e infecta as pessoas por meio da penetração na pele, causando vermelhidão e coceira no local de entrada e, posteriormente, fraqueza e dor muscular.

Essa doença é mais comum em ambientes de clima tropical onde não há saneamento básico e há grande quantidade de caramujos do gênero Biomphalaria.

Fasciolose

A fasciolose é uma doença infecciosa causada pelo parasita Fasciola hepática que necessita do caramujo para completar o seu ciclo de vida, principalmente os caramujos de água doce da espécie Lymnaea columela e Lymnaea viatrix.

Os ovos desses parasitas são liberados nas fezes de animais e o miracídio, que corresponde ao estágio pré-larval desse parasita, é liberado do ovo e consegue chegar aos caramujos, infectando-os. Nos caramujos, há desenvolvimento até a forma infectante e, em seguida, é liberado para o ambiente. Assim, as pessoas ao entrarem em contato com o caramujo ou ambiente que ele habita, pode ser infectada.

Angiostrongilíase abdominal

Assim como a meningite eosinofílica, a angiostrongilíase abdominal é transmitida pelo caramujo gigante africano infectado pelo parasita Angiostrongylus costaricensis, que ao entrar no organismo das pessoas pode levar a sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, vômitos e febre, por exemplo.

Como acontece o contágio?

A infecção pelas doenças causadas pelos caramujos pode acontecer ao ingerir esses animais crus ou mal cozidos, ao consumir alimentos ou entrar em contato direto com as suas secreções. Além disso, no caso da esquistossomose, não é necessário ter contato direto com o caramujo ou com as suas secreções, basta estar em um ambiente com águas poluídas, uma vez que o caramujo libera a forma infectante do parasita na água. 

É importante detectar esse caramujo, nos jardins, nos quintais, façam catação desses moluscos. Além de coletar, antes do descarte no lixo, seria bom matar esses moluscos, por que se não vamos contaminar os lixões. Pode matar com água fervente. Outra maneira de fazer o descarte é queimar e enterrar as carcaças. O mesmo destino deve ter seus ovos, impedindo, assim, a proliferação dessa espécie. Mas, para fazer isso, é preciso proteger as mãos com um saco plástico ou luvas, evitando qualquer contato com o molusco. 

Em nota, o Ministério da Saúde informa que são ofertados anualmente cursos de capacitação direcionados ao controle do molusco. E que a população deve realizar a correta higienização de legumes, frutas e verduras recém coletados para consumo a fim de evitar a infecção de meningite. 

Segundo dados da União Internacional para a Conservação da Natureza, as espécies invasoras representam a segunda maior ameaça à biodiversidade de todo o planeta

Posso tocar sem luvas no visco deixado pelos caramujos-africanos no chão e nas paredes?

Em áreas onde existem caramujos-africanos, estes costumam deixar rastros de muco pelo caminho que percorrem. Deve-se evitar entrar em contato com esse visco com as mãos nuas estendendo-se o cuidado principalmente a crianças que costumam levar as mãos aos olhos e boca após brincarem nesses locais.

 Existe algum risco para o meu animal de estimação (cão/gato) ao se alimentar de caramujos-africanos?

Os moluscos, em geral, que habitam áreas residenciais podem portar parasitas que fazem mal a cães e gatos domésticos principalmente, se estes animais tiverem o hábito de comer esses indivíduos com frequência. Portanto, aconselha-se a coleta manual. 

Posso eliminar os caramujos-gigantes-africanos em minha propriedade jogando sal neles? E colocá-los em sacos de lixo reforçados e jogar no lixo comum?

Não é recomendada a eliminação destes e de outros moluscos por meio da utilização de sal. Além dessa prática não ser eficiente o bastante para eliminar os caramujos, há grandes chances dela salinizar os solos e contaminar os lençóis freáticos, caso seja amplamente difundida. Ademais, tal prática não garante a destruição da concha e nem dos ovos. Vale lembrar que as conchas vazias podem servir como reservatórios de água que servem como criadouro para o mosquito da dengue.

Acondicioná-los em sacos de lixos comuns ou reforçados estaria transferindo o problema do seu lote para outro local ou região, considerando que provavelmente esse saco se romperá dentro do caminhão de lixo, no aterro sanitário ou até mesmo na rua aguardando a coleta, considerando que os caramujos conseguem romper facilmente esse tipo de invólucro.

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