Talvez você já tenha visto umas construções de terra meio estranhas que, em alguns casos, parece um castelo medieval com torres ou ainda uma casinha de duendes. Caso você não tenha tentado bisbilhotar, para ver qual bicho construiu aquilo, saiba que não são duendes, mas são os ninhos do cupim desta semana: o Cupim do chifre!
São cupins relativamente comuns nas regiões sul, sudeste, centro-oeste do Brasil, além de outros países da América do Sul. É provável que muitas pessoas já tenham se deparado com aquelas paisagens de pastos, que possuem vários ninhos de cupins, um do lado do outro. A maioria dos ninhos são, provavelmente, pertencentes a espécie Cornitermes cumulans mais para o sul, e C. silvestrii, mais para o Norte/Nordeste (parentes do C. bequaerti), mas alguns ninhos são do C. bequaerti, os cupins do chifre, que são facilmente identificados por possuírem protuberâncias ocas que lembram muitos chaminés!
Ninhos
A arquitetura do ninho destes cupins não segue um padrão bem definido. Por exemplo, as chaminés, mesmo ocas, podem estar abertas ou fechadas (mais raro), além da presença de aberturas sem protuberância (localizadas na porção mediana do ninho). A quantidade de chaminés também varia, com relatos de ninhos com uma única chaminé, geralmente larga e grande, enquanto outros ninhos possuem várias chaminés estreitas, podendo variar, em média, entre 5 e 10 chaminés (mas existem relatos de ninhos com 20 chaminés!). A plasticidade na arquitetura dos ninhos não é exclusividade deles, estas variações são determinadas por diversos fatores ambientais, como as características do solo, termorregulação e a troca gasosa com o meio externo.
O C. bequaerti
Pertence ao grupo de cupins conhecidos popularmente como “cupins do chifre”. Eles são considerados pragas em pastagens e em outras plantações (como a de eucalipto). Porém, tal afirmação carece de evidências científicas, uma vez que não existe nenhum trabalho que descreve e quantifica os possíveis danos ocasionados por estes cupins. Na verdade, paisagens com altas infestações de cupins, geralmente estão relacionadas com pastagens antigas ou que não foram modificadas por ação humana. Mesmo sendo um animal relativamente comum, sabemos pouco sobre sua biologia, e isso explica, em parte, porque não existe um consenso científico sobre o status de praga.
Bom, caso você tenha visto um cupinzeiro com “chaminés”, parabéns! Você encontrou o ninho de cupins do chifre (com exceção de alguns ninhos, de cupins da amazônia, que também possuem chaminés). Portanto caso você nunca tenha parado e observado os cupinzeiros, agora é a hora! Da próxima vez que viajar, ou se você conhece um lugar com ninhos de cupins, experimente identificar se eles são do Cornitermes bequaerti. Se houver mais de um ninho na região, tente notar diferenças na arquitetura entre ninhos. E também fique de olho em outros animais que podem estar se abrigando no ninhos, como rãs, vespas e outros.
Cupim de chifre em pastagem
Em áreas de pastagens podem ser encontrados montes de terra dura, popularmente chamados de montículos. Nada mais são do que ninhos de cupim no pasto. Estão presentes principalmente em pastagens velhas e degradadas e se não controlados, tendem a apresentar níveis de infestação cada vez mais elevados.
O cupim de montículo em pastagens pode ser visto em quase todas as regiões do Brasil, variando quanto ao nível de infestação de uma região para outra.
Como eliminar o cupim de chifre
A presença de cupins de chifre está quase sempre associada a áreas com pastagens degradadas ou mal manejadas, onde o solo é muito pobre em nutrientes e com acidez elevada. Desta forma, acredita-se que o calcário combate cupim, no entanto, pesquisadores ainda tentam estabelecer uma correlação entre calagem e eliminação desta praga.
Mas é fato que a recuperação da área degradada reduz a infestação de cupim de chifre em pastagens. O revolvimento do solo, a destruição dos cupinzeiros, a aplicação de calcário e consequente correção da acidez do solo são fatores essenciais para o bom estabelecimento de uma forrageira e portanto influenciam na redução da infestação dos cupins.
Uma das dúvidas que muitos pecuaristas têm é de como acabar com o cupinzeiro no pasto. O controle químico tem se mostrado o mais eficiente no combate ao cupim, variando de 80 a 100% de mortalidade dos insetos. Inicialmente, deve-se procurar chegar a câmara interna do cupinzeiro, onde há alta concentração de celulose, sendo a parte mais mole da estrutura; isto é feito com o auxílio de uma barra de ferro ou algo similar, a qual deve ser utilizada com o intuito de abrir um furo no cupinzeiro. Depois, com o auxílio de um funil, aplica-se o inseticida dentro do buraco.
A quantidade de veneno para cupim de chifre vai variar de acordo com a recomendação do fabricante. Em geral, após 30 dias da aplicação, os cupins terão morrido e então deve-se destruir os montículos. É importante saber que a simples remoção dos cupinzeiros sem aplicar o inseticida acarreta em um aumento de infestação.
As partes quebradas podem conter uma quantidade de cupins suficiente para estabelecer um novo cupinzeiro na área.
Veneno para Cupim de chifre
Os venenos para matar cupim de monte mais utilizados são:
Cipermetrina: Diluir 20 ml do produto em 10 litros de água. Aplicar nos orifícios até transbordarem;
Fention – diluir 30 mL em 10 L de água e depois aplicar 1 L de calda por cupinzeiro;
Imidacloprid – diluir 3g em 10 L de água e depois aplicar 1L de calda por cupinzeiro;
Fipronil – aplicar 5 g de produto por cupinzeiro;
Fosfeto de alumínio – 4 pastilhas/cupinzeiro.
No caso dos cupinzeiros que não formam montículos, como é o caso dos Syntermes spp., onde é difícil de se encontrar a parte central, deve-se fazer um furo de cerca de 20 cm de profundidade (um furo a cada metro quadrado) e em seguida aplicar o inseticida no interior.
Existe também a possibilidade de realizar o controle biológico dos cupins, utilizando os fungos Metarhizium anisopliae e Beauveria bassiana. Estes fungos são introduzidos no cupinzeiro e vão atacar o cupim, causando a eliminação. Porém, os resultados com o uso de venenos para cupim ainda são mais efetivos.
Conclusão
Portanto, o cupim de chifre é uma praga importante de se combater, pois afeta o desenvolvimento das forrageiras e está associada à degradação das pastagens. O controle com o uso de inseticidas deve ser feito continuamente de modo a evitar o aumento desta praga na área. Em áreas onde a infestação é elevada, a renovação da pastagem é a melhor alternativa para sua eliminação.
Manter o ambiente sempre limpo e não acumular lixo são ações importantes para evitar a proliferação dessa praga, porém a forma mais segura de evitar uma infestação é realizando a descupinização do local.
Os profissionais da Kioto realizam uma visita técnica, identificam a origem e o grau da infestação e enviam por e-mail o orçamento.
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